História

Segundo a lenda da cidade, em pleno processo de Reconquista, a cidade era vigiada por vários grupos nas várias entradas da cidade. Quando os soldados ocupavam as posições, cada grupo dizia «Daqui viso (vejo) eu!» aos outros grupos para que não se dirigissem à porta já ocupada. Desta rotina, nasceria o nome da cidade.

As origens de Viseu remontam à época dos castros e, com o processo de Romanização, adquiriu uma crescente importância, provavelmente devido ao entroncamento de estradas romanas de cuja prova restam apenas os miliários. Outras mais existem, mas devido à ausência de inscrições, a origem é duvidosa. Estes miliários alinham-se num eixo que parece corresponder à estrada de Mérida (Espanha), que se cruzaria com a ligação Olissipo-Cale-Bracara, mais dois pólos bastante influentes. Talvez por esse motivo se possa justificar a edificação da estrutura defensiva de forma octogonal, a Cava de Viriato.

Viseu está eternamente associada à figura de Viriato, já que se deduz que este herói lusitano talvez tenha nascido nesta região. Depois da ocupação romana da península, seguiu-se a elevação da cidade a sede de diocese, já em domínio visigótico, no século VI. No século VIII, foi ocupada pelos islâmicos, como a maioria das povoações ibéricas e, durante a Reconquista da península, foi alvo de ataques e contra-ataques alternados entre cristãos e árabes. De destacar a morte de D. Afonso V rei de Leão e Galiza no cerco a Viseu em 1027 morto por uma flecha oriunda da muralha árabe. A reconquista definitiva caberia a Fernando Magno.

Mesmo antes da formação do Condado Portucalense, Viseu foi várias vezes residência dos condes D. Teresa e D. Henrique que, em 1123 lhe concedem um foral. Seu filho D. Afonso Henriques nasceu em Viseu a 5 de Agosto de 1109. O segundo foral foi-lhe concedido pelo filho dos condes, D. Afonso Henriques, em 1187, e confirmado por D. Afonso II, em 1217.

 

Viriato, na Cava de Viriato

 

Viseu foi constituído senhorio pela primeira vez a 7 de Julho de 1340, data em que D. Afonso IV a doou a sua nora D. Constança. Por morte desta rainha, o seu marido doou a cidade à sua própria mãe, a rainha D. Beatriz. Quando D. Beatriz morreu o senhorio de Viseu voltou à coroa, até que a 2 de Outubro de 1377 o rei D. Fernando  a sua filha natural a condessa D. Isabel, que foi senhora de Viseu até 1383 e aí mandou construir uma torre, onde ficava quando estava na cidade.

Já no século XIV, durante a crise de 1383-1385, Viseu foi atacada, saqueada, e incendiada pelas tropas de Castela e D. João I mandou erigir um cerco muralhado defensivodo qual resta pouco mais que a Porta dos Cavaleiros e a Porta do Soar, para além de escassos troços de muralha ue seriam concluído apenas no reinado de D. Afonso V — motivo pelo qual a estrutura é conhecida pelo nome de muralha afonsina — já com a cidade a crescer para além do perímetro da estrutura defensiva.

No século XV, Viseu é doada ao Infante D. Henrique, na sequência da concessão do título de Duque de Viseu, cuja estátua, construída em 1960, se encontra na rotunda que dá acesso à rua do mesmo nome. Seu irmão D. Duarte, (rei) nasceu em Viseu. No século XVI, em 1513, D. Manuel I renova o foral de Viseu, e assiste-se a uma expansão para actual zona central, o Rossio que, em pouco tempo, se tornaria o ponto dencontro da sociedade, e cuja primeira referência data de 1534.No século XIX é construído o edifício da Câmara Municipal, no Rossio, transladando consigo o centro da cidade, anteriormente na parte alta. Daí ao cume da colina, segue a Rua Direita, onde se encontra uma grande parte de comércio e construções medievais.

 

 

Fonte : Wikipedia, com adaptação e supressões